Venture Capital - escalando soluções inovadoras na América Latina
O Venture Capital (VC), que na sua tradução literal significa capital de risco, é um modelo de investimento em empresas em estágio inicial e/ou em crescimento rápido, principalmente em startups, pelo próprio conceito de serem empresas escaláveis e os recursos serem utilizados com este objetivo. Neste contexto, a rentabilidade é alta, proporcional ao risco e o investimento implica na troca por participação acionária (equity share).
Porém, o VC não tem como prioridade a participação majoritária na empresa investida e as rodadas de investimento iniciais atraem, em média, de 5% a 20% do capital total necessário, diferentemente do private equity, cujo um dos objetivos é participar de maiores fatias.
E os investimentos acontecem por etapas, ou rodadas, conforme a maturidade das startups, começando pelos “anjos”, que são os investidores que apostam na ideia ou protótipo de um produto (MVP), seguindo por Pré-Seed (pré-semente) e Seed (semente) e passando pelas séries A, B, C em diante.
No Brasil, quem regula os fundos de VCs é a CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e são constituídos como Fundos de Investimento em Participações (FIP) ou Fundos Mútuos de Investimento em Empresas Emergentes (FMIEE). Segundo o Global Corporate Venturing Institute, o país possui cerca de 80 fundos de corporate venture capital ativos, sendo 75% deles criados nos últimos 4 anos, sendo considerado um novato em termos de investimentos corporativos diretos em startups.
No mercado de VC, de forma geral, os investidores estão mais seletivos em relação a como investem seu dinheiro e a América Latina tem ganhado maior destaque. Em 2023, os fundos de venture capital na região levantaram US$2 bilhões em 2023, 40% a mais que no ano anterior, segundo informações do PitchBook. Porém, ao mesmo tempo, as startups da região receberam apenas R$4 milhões, segundo a LAVCA , deixando os fundos de venture capital com cerca de de US$3,7 bilhões de à espera de serem investidos, termo conhecido como “dry powder”.
No caso das startups “agrifood”, as latinas levantaram apenas 5% de todo o investimento global em agro e alimentos no ano de 2022, segundo dados do AgFunder. Mas, podemos considerar como “um copo que está enchendo”. Relatórios mais recentes revelaram ainda um aumento no número de investimentos em startups da América Latina.
E, durante o South Summit, que aconteceu neste último mês de março, o tom dos investidores de empresas como Siguler Guff & Company , Julius Baer Family Office e IFC – International Finance CorporationWorld Bank, agora é o momento ideal para investir nas empresas da região, pois o valuation (valor da empresa pelo qual é calculado o preço das ações), em geral, está menor. O que prova esta tendência é que fechamos o primeiro trimestre com um número considerável de novos aportes em startups de agro, clima e alimentos, que já compartilhamos nas últimas publicações.
E na edição de hoje, destacamos mais 3 startups que passaram recentemente por novas rodadas de captação: umgrauemeio, NetZero e growPack.
Startups:
UMGRAUEMEIO CAPTA R$ 18,7 MILHÕES EM PRIMEIRA RODADA DE INVESTIMENTOS
A umgrauemeio é uma “climatech” desenvolveu uma solução de gestão integrada e análise de risco que utiliza inteligência artificial em um sistema de monitoramento por câmeras para combater incêndios florestais, reduzir as emissões de gás carbônico e detectar sinais de fumaça.
“Ao detectarmos o foco do incêndio, reduzimos os impactos sociais, ambientais e econômicos causados pelo fogo. Não acreditamos numa economia saudável sem florestas bem cuidadas e não por acaso trazemos no nosso nome a meta de manter a elevação da temperatura do planeta abaixo de 1,5ºC”, afirma Rogerio Cavalcante, fundador e diretor executivo da umgrauemeio, em nota à imprensa.
A startup anunciou na semana passada (26/3) a conclusão da captação de sua primeira rodada de investimentos, no valor de R$18,7 milhões. O aporte foi feito pelas gestoras Baraúna Investimentos, Indicator Capital, The Yield Lab LATAM e Rural Ventures.
NETZERO CAPTA 18 MILHÕES DE EUROS PARA TRANSFORMAR CAFÉ EM BIOCHAR
A companhia franco-brasileira NetZeroanunciou na semana passada (27/3) a parceria com o fundo de investimentos de impacto STOA, que entrará com 18 milhões de euros para escalar industrialmente a produção de biochar, uma espécie de condicionador de solo biológico à base de biomassa.
“O biochar é um carvão vegetal com propriedades diferentes do carvão vegetal do churrasco”, diz Pedro Figueiredo, diretor-técnico e representante da companhia no Brasil. Para produzi-lo, a startup usa resíduos agrícolas que seriam descartados e gera uma forma de carbono estável a partir de um processo de combustão. Depois, o produto biológico pode ser aplicado no solo como um complemento ao fertilizante.
O Brasil é o mercado prioritário no uso do recurso. Ainda este ano, a companhia vai construir no país quatro plantas para produção do biochar e outras dez em 2025.
GROWPACK, DE EMBALAGENS, RECEBE US$ 2,2 MI PARA ESCALAR PRODUÇÃO
A growPacké uma foodtech que fabrica seus produtos com celulose e lignina extraídos da palha de milho. O material desenvolvido pela companhia é uma espécie de massa – pense na argila como referência – que pode ser moldada para a fabricação de produtos de diferentes formatos e tamanhos.
E a foodtech acaba de fechar uma rodada de investimentos para aumentar em cinco vezes sua capacidade fabril e acelerar seu crescimento. O valor total arrecadado foi de US$2,2 milhões, em um investimento de capital semente, com cheques vindos de várias fontes.
Hoje, a startup oferece um único produto, uma embalagem compostável usada por restaurantes que fazem delivery. Com o investimento, a intenção da GrowPack também é ampliar o portfólio de produtos no ramo de food service.
Leia mais em: https://capitalreset.uol.com.br/empresas/growpack-de-embalagens-recebe-us-22-mi-para-escalar-producao/
Notícias relacionadas:
COM APORTE DE R$ 100 MILHÕES, AQUA ASSUME CONTROLE DA SOLUBIO
A véspera do feriado de Páscoa foi de fechamento de operações envolvendo o Fundo III da gestora Aqua Capital, que concentra investimentos em negócios voltados para a tese de agricultura regenerativa. Uma delas foi divulgada publicamente pelo Aqua: a conclusão da captação do fundo, fechado com um total de US$540 milhões (cerca de R$2,25 bilhões). Outra operação foi fechada quase em simultâneo, mas de forma discreta: com um aporte de R$100 milhões, o fundo ampliou sua participação no capital social da empresa de biológicos Solubio.
Leia mais em: https://agfeed.com.br/negocios/exclusivo-com-aporte-de-r-100-milhoes-aqua-assume-controle-da-solubio/
DECLÍNIO DO CAPITAL DE RISCO LEVA STARTUPS DE VOLTA AO “BÁSICO” E ABRE UMA JANELA DE OPORTUNIDADE
Nos últimos anos, após a euforia de 2021, o capital de risco se tornou mais escasso, consequência de um cenário global de juros altos, guerras e alta incerteza econômica. Segundo estudo do Sling Hub, plataforma de inteligência de dados sobre o ecossistema de startups latino-americano, o volume total de investimentos em rodadas de Série C caiu aproximadamente 18,82% no Brasil. Foi de US$49,52 milhões em 2022 para US$40,20 milhões em 2023.
O fato é que os ventos mudaram e trouxeram desafios para as startups de tecnologia. Mas esses desafios podem ser oportunidades para outras empresas.
Leia mais na coluna do Bruno Martins para o MIT Technology Review Brasil: https://mittechreview.com.br/declinio-do-capital-de-risco-leva-startups-de-volta-ao-basico-e-abre-uma-janela-de-oportunidade/
CORPORATE VENTURE CAPITAL VIVE MELHOR MOMENTO NO PAÍS: ENTENDA POR QUE O INVESTIMENTO ATRAI GRANDES EMPRESAS
É o que diz uma pesquisa do Global Corporate Venturing Institute – organização que acompanha os investimentos de CVC no mundo – a que Época NEGÓCIOS teve acesso com exclusividade. Elaborado em parceria com a ApexBrasil, a Fundação Dom Cabral e a Associacao Brasileira De Private Equity E Venture Capital(Abvcap), o estudo contou com a participação de 42 fundos de CVC locais. Segundo o GCV, 58% das empresas dedicam a esse tipo de investimento até US$ 50 milhões, e 94% esperam que a iniciativa possa ajudar a trazer insights estratégicos.
FUNDOS DE VC COM QUASE US$ 4 BI AVALIAM NOVOS ALVOS EM STARTUPS NA AMÉRICA LATINA
Investidores de capital de risco (VC) que têm cerca de US$ 4 bilhões para alocar estão se tornando mais agressivos após um ano difícil para as startups da América Latina. Depois de esperarem em grande parte às margens em 2023, alguns dos maiores fundos da região afirmam que estão prontos para fazer novos investimentos em empresas que trabalham em temas como tecnologia ambiental e inteligência artificial. Eles estão voltando para o universo de alto risco das startups de tecnologia, à medida que os bancos centrais da América Latina embarcam em ciclos de corte de taxas de juros.
Leia mais em: https://www.bloomberglinea.com.br/startups/fundos-de-vc-com-quase-us-4-bi-avaliam-novos-alvos-em-startups-na-america-latina/
PARTICIPE DO AGRIMATCHING NO RURAL SUMMIT
Você está convidado a participar do Agrimatching, um espaço dedicado dentro do Rural Summit que reúne startups em estágios Pré-Seed, Seed e Série A com investidores e corporates que buscam parcerias estratégicas no setor agropecuário.
O Agrimatching é organizado em parceria com o Cubo.network Agro e visa facilitar encontros estratégicos entre as startups certas e os investidores que possuem sinergia com suas propostas de valor. Nossos “matching meetings” são projetados para conectar de forma eficaz empreendedores inovadores com potenciais apoiadores financeiros.
Para participar do Agrimatching, basta clicar nos links abaixo e inscreva-se para fazer parte deste evento inovador:
• Link de Inscrição para Startups : https://forms.monday.com/forms/53646434455c5d8154041b630de0e89c?r=use1
• Link de Inscrição para Investidores e Corporates : https://forms.monday.com/forms/33bc957d7c41841021f975902448e0a4?r=use1
Organizado por Arara Seed, Rural Ventures e The Yield Lab LATAM, o Rural Summit acontece dia 2 de maio, em Ribeirão Preto, SP, contando com parceiros como Cubo.network Agro, São Martinho , os principais hubs do país e a cobertura oficial AgFeed.
Agradecimento especial para AgroIbmec por ajudar a construir a matéria desta semana.
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