O Agro Brasileiro e a sustentabilidade de mãos dadas

A sustentabilidade tem ocupado um lugar de destaque na agenda global por um bom tempo. As conferências e acordos internacionais refletem uma crescente preocupação com a viabilidade dos negócios, a preservação dos recursos naturais e os desafios climáticos que afetam todos os setores. Atualmente, há uma pressão massiva sobre o setor privado em diversos segmentos para adotar práticas mais ecológicas e reavaliar suas cadeias produtivas.

No entanto, essa pressão muitas vezes recai injustamente sobre o agronegócio brasileiro. Este setor desempenha um papel crucial na economia global, mas é frequentemente alvo de críticas infundadas. Essa narrativa distorcida é amplificada pela falta de informação do público em relação ao verdadeiro panorama do agronegócio.

Não há o que se discutir quanto a demanda de alimentos mundial que é suprida pelo setor agropecuário brasileiro. Em 2021, segundo o estudo da Embrapa, o agronegócio brasileiro alimenta mais de 10% da população mundial, ou seja, mais de 800 milhões de pessoas. Alem disso, o Brasil é o quinto maior país em extensão territorial do mundo, tendo em estudo da NASA – National Aeronautics and Space Administration, mapeado 63.994.479 hectares de lavouras no país. Isso equivale, somente, a 7.8% do território nacional.

De fato, o agronegócio nacional é pujante, sendo o protagonista da exportação de commodities mundial, e se mantem entre os top 5 produtores nas principais culturas. Como resultado disso, o setor gerou, em 2023, R$ 2.62 trilhões, o que também se traduz em uma geração de 10 milhões de empregos, impactando positivamente o quadro social do país.

O agronegócio nacional é o mais “verde” do mundo. Ao contrário do que é pregado internacionalmente, o Brasil, em comparação aos grandes concorrentes (de grande extensão territorial), é o país que menos emite carbono, emitindo 3% do total mundial, contra 4% de Indonésia e Rússia, 6.6% da União Europeia, 7% da Índia, 12% dos Estados Unidos e 25% da China (segundo dados do Instituto de Energia e Meio Ambiente).

Indo além dos dados comparativos de emissão de carbono e entrando em particularidades do agronegócio nacional, o Brasil é o único país que não pode usufruir de 100% das áreas agricultáveis para a produção agropecuária. O produtor rural, dependendo do bioma em que se encontra sua produção, é obrigado a preservar de 20% a 80% da área total do imóvel.

As áreas que se encontram na chamada “Amazônia Legal”, que incorpora os estados do Mato Grosso; Rondônia; Acre, Amazonas; Amapá; Pará; Roraima; e a maior parte dos estados do Maranhão e Tocantins, estão nas áreas designadas à preservação de 80% do imóvel rural, exceto propriedades que foram abertas entre 1989 e 1996, que podem manter em 50% de áreas preservadas. Já nas áreas do bioma “Cerrado” são preservadas em 35% do imóvel rural e, nas demais áreas, 20% de preservação.

 

Além disso, existem as áreas de preservação Permanente, uma área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade.

Dessa forma, quando o assunto é sustentabilidade, o Brasil, um dos maiores provedores de alimento do mundo, está caminhando de mãos dadas à sustentabilidade, havendo medidas em lei que obrigam o produtor a preservar e não produzir em 100% das áreas que poderiam ter essa serventia, e, nas áreas em que produz, utilizar-se de manejos sustentáveis, ao contrário do que praticam os países concorrentes do Brasil.

Procurando superar ainda mais as boas práticas sustentáveis, o mercado da inovação no agronegócio está se movimentando, sendo uma vertente importante para os investidores em Venture Capital. Nós, da Rural Ventures, recebemos diariamente startups e, com isso, conseguimos observar esse movimento. Inclusive, o quanto a startup tem de #impacto positivo na cadeia, é um dos fatores preliminares de análise.

Algumas startups chamaram nossa atenção recentemente, unindo soluções para a realidade do produtor rural com o impacto sustentável positivo. Uma delas é a umgrauemeio, que faz a gestão de risco de incêndios nas áreas de produção, oferecendo desde gestão e monitoramento de risco, detecção instantânea de incêndio com inteligência artificial com cameras de longo alcance. Essa tecnologia gera um impacto positivo ao detectar e previnir que ocorra a emissão de carbono na queimada, tendo, segundo a própria startup, evitado a emissão de 18 toneladas de CO2 na atmosfera.

Outra startup que iniciou suas operações nos Estados Unidos e, hoje, conta com um braço forte no Brasil é a Preservaland Inc. A empresa no Brasil é gerida pelos Brasileiros que residiam no Vale do Silício – polo de inovação na Califórnia, EUA – e agora, atuam em território nacional com o intuito de fazer o compliance sobre áreas florestais de compensação, verificando se aquela área existe de fato, se está regular, e, fazer o processo de escrituração dessa área como de compensação voluntária para emissão de carbono.

Dessa forma, podemos afirmar com muita assertividade que o agronegócio brasileiro é “verde”, já está habituado com práticas de manejo sustentável, e, se compromete muito nessa agenda. Talvez, para o agronegócio nacional, na realidade, não deveria haver uma discussão sobre ser ou não sustentável, mas sim, como comunicar o que o agro já faz e o que a inovação, dentro do setor, pretende aprimorar ainda mais.

Link matéria Embrapa 1

Link matéria Embrapa 2

Link matéria Embrapa 3


TNC JUNTAMENTE COM A LOUIS DREYFULS PRETENDE INCENTIVAR CULTURAS REGENERATIVAS

A gigante trading de commodities Louis Dreyfus Company(LDC) e a The Nature Conservancy (TNC), firmaram uma parceria para um projeto conjunto de incentivo à conservação de florestas na propriedades rurais e manejos regenerativos. Em entrevista ao AgFeed, a TNC disse que pretende colocar em prática ações em 1,2 milhão de hectares de terra até 2030, diversificando regiões.

O objetivo da parceria é desenvolver formas de mitigar o impacto da atividade agropecuária nos climas, melhorar a biodiversidade e o ecossistema, tendo como mira as culturas de grãos, oleaginosas, também expandindo para o café e o algodão. O projeto será de nível global, mas tem aplicabilidade no Brasil.

A iniciativa faz parte dos planos da LDC de eliminar o desmatamento até 2025, e, sua incursão no mercado brasileiro foi pensada já vem de outras parcerias, tendo parceria com a Syngenta e o Itaú Unibanco para fornecimento de crédito para financiamento de insumos para recuperação de solos degradados.

Link matéria AgFeed


STARTUPS BUSCAM SOLUÇÕES EM CRÉDITO PARA FOMENTAR O CRESCIMENTO DA ENERGIA SOLAR NO BRASIL

A energia solar tem sido um caminho para alguns produtores rurais reduzirem custos e aumentar a eficiência energética em seus negócios rurais. Quando essa tecnologia foi introduzida ao mercado, muitos produtores não se viam capazes de fazer tamanho investimento, devido ao elevado preço e pouca disponibilidade de crédito. Hoje, o os produtos cresceram em tecnologia e se tornaram menos custosos. Mais do que isso, o produtor agora conta com mais linhas de crédito para fazer esse tipo de investimento.

A energia solar tem aplicabilidade em quase todas as áreas das propriedades rurais, desde a sede, até em granjas, currais, bombeamento de água, cercas elétricas e na armazenagem de produtos.

Com um panorama de crescimento do mercado, a E-agro surgiu com intuito de facilitar o acesso ao crédito para o produtor na busca por energia limpa. Incorporados ao Banco Bradesco, sendo uma plataforma digital deles, uma das soluções oferecidas é a CPR digital, que pode ser contratada diretamente na plataforma ou no app do E-agro, contando com um tempo médio de aprovação menor e taxas mais atrativas.

Além disso, a E-agro dispõe de um marketplace que traz desde soluções financeiras até mesmo a energia solar, tornando o acesso dessas soluções mais simplificado.

Link matéria Globo Rural


CRESCIMENTO EXPONENCIAL DE STARTUPS AGRÍCOLAS NO NORTE BRASILEIRO, TAMBÉM APONTANDO CRESCIMENTO NAS AGTECHS SUSTENTÁVEIS

O norte do país, região que é 100% coberto pelo bioma amazônico, está buscando novas formas de evoluir a sua economia agropecuária, aumentando a produtividade e respeitando o meio ambiente através de práticas sustentáveis. Segundo o Radar Agtech Brasil, a região observou um aumento de mais de 300% em relação ao número de agtechs presentes na região que se propõe a solucionar alguma dor do agronegócio.

Na região norte, em 2022, haviam apenas 26 startups do agro, número que quase quadruplicou no ano de 2023, chegando a 116 startups. Ainda é um número incipiente, se comparado ao sudeste brasileiro, que conta com mais de 1100 startups (56,9% do total do país). Contudo, chama atenção que esse “boom” de startups no Norte está muito atrelado à agenda sustentável.

O estudo apontou que houve um crescimento das empresas focadas em soluções em sustentabilidade ou que, de alguma forma, trazem impactos positivos na cadeia do agronegócio sustentável. O aumento foi de 55,15% em relação ao ano passado no número de startups com tecnologias sustentáveis, sendo a categoria “Biodiversidade da sustentabilidade”, com o crescimento foi de 124,30% (de 37 para 83); em “Bioenergia e energia renovável”, de 34,60% (de 26 para 35); Segurança e rastreabilidade de alimentos, de 56,62% (de 13 para 21); “Controle Biológico e Manejo Integrado de Pragas”, de 30,56% (de 36 para 45) e em “Sistemas de embalagem, meio ambiente e reciclagem”, de 12,50% (24 para 27).

Esses números mostram o quanto o agronegócio nacional, que já é sustentável, busca cada vez mais se superar com a inovação, trazendo tecnologia que auxilia o produtor e faz com que ele caminhe com a sustentabilidade.

Link matéria Embrapa


BANCO DO BRASIL E AGTECHS: UMA ALIANÇA DO CRÉDITO PARA CONVERSÃO DE PASTAGENS

O Banco do Brasil(BB), firma parceria com as agtechs iRancho, Traive e MyCarbon. O intuito dessa parceria é formar uma aliança e tomar a frente do fornecimento de crédito para a conversão de pastagens, em conformidade com o programa do governo federal de conversão de pastagens degradadas.

Atualmente, muito se fala em sustentabilidade e como recuperar o solo degradado por pastagens. Com o plano do BB, um montante de R$ 600 milhões já foi direcionado para a recuperação de cerca de 125 mil hectares. O investimento massivo tem como foco a modernização da pecuária de corte e promover sustentabilidade em toda a cadeia agropecuária, estabelecendo novas tipos de manejo.

A parceria firmada entre o gigante BB e as startups reflete um modelo que tem sido adotado por outras grandes corporações, de se aliar ao que há de mais inovador no mercado e garantir o uso daquela solução. Nesse caso, a busca por soluções alcança o crédito para o manejo de solos degradados, e integra tecnologia avançada e sustentabilidade no agronegócio.

Link matéria AgFeed


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