Do campo ao mercado: fiagros e sua importância na cadeia produtiva do agronegócio

Existem inúmeras formas de investir na cadeia produtiva do agronegócio, LCA, CRA, entre outros. Porém, em 2021, surgiu a figura do Fiagro, sendo um tipo de fundo que investe nas cadeias produtivas da agroindústria, desde imóveis rurais até ativos com lastro na própria atividade ou produção. Eles podem ser divididos em Fiagros do tipo FII (imobiliário), FIP (participações) e FIDC (Direitos creditórios).

Atualmente, se encontram no Brasil, 107 Fiagros em funcionamento, destes, 57 foram registrados em 2023 e representam uma alta de 114% em relação ao ano anterior. No mesmo ano de 2023, a captação líquida levantada foi de R$ 3.8 bilhões.

Ao final do ano passado, também foi aferido a participação de cada tipo de Fiagro no montante total de captação líquida. Como já era esperado, o protagonismo ficou com o Fiagro imobiliário (FII), mesmo captando menos recursos em relação a 2022, R$ 2.9 bilhões contra R$ 3.1 bilhões. Os FIPs, por sua vez, representam a menor participação entre as modalidades de Fiagro, e, também caíram em captação líquida, de R$ 19.2 milhões em 2022 contra R$ 9.9 milhões em 2023. O indicador que se destacou, nesse mesmo ano, foi o aumento da captação líquida dos FIDCs, alavancando de R$ 635.1 milhões em 2022 para R$ 846.4 milhões em 2023, representando um aumento de 33%.

O agronegócio tem necessitado de crédito nos últimos anos, tendo em 2023, a área de agro do Itau BBA, estimado a demanda do setor entre R$ 800 bilhões a R$ 1 trilhão. Com isso, houve uma impulsão do Fiagros, sendo uma forma de adquirir crédito no mercado privado.

Acompanhando esse cenário aquecido, as emissões de ofertas públicas cresceram 20,8%, atingindo R$ 8.8 bilhões em 2023. Os FIIs lideraram com R$ 7.2 bilhões, seguidos pelos FIDCs com R$ 1.6 bilhões, representando um aumento de 143% em relação a 2022.

Ainda, foi possível enxergar o avanço das métricas dos Fiagros no patrimônio líquido. Em 2023, o crescimento foi de 72%. O significativo aumento foi de R$ 11,9 bilhões para R$ 20,5 bilhões, sendo, novamente, o FII, o tipo de Fiagro com maior participação no montante total, com 81,4% (R$ 16,7 bilhões) do total, seguido dos FIDCs, que representam 17,5% (R$ 3,6 bilhões) e os FIPs com 1,1% (R$ 176 milhões), em números aproximados.

Dessa forma, os Fiagros buscam oportunidades dentro do setor, procurando por áreas que demandam investimento e se encontram deficitárias no atual momento. Um exemplo disso são Fiagros que financiam a construção de silos e outras estruturas de armazenagem de produção, na tentativa de explorar o déficit de armazenagem, que representa cerca de 120 milhões de toneladas.

Especialistas de mercado enxergam um bom panorama para os Fiagros em 2024, Octaciano Neto, diretor de agronegócio do Grupo Suno, em entrevista ao Agfeedexplicou um pouco sobre as perspectivas para o ano de 2024. Se apoiando na possibilidade de uma regulamentação definitiva na CVM, Neto explica que isso poderá tornar o produto mais acessível, permitindo incluir CPRs financeiras no portfólio do fundo, ativo menos custoso de emitir em comparação a um CRA, democratizando o produto. Mais do que isso, a regulamentação aumenta as possibilidades de diversificação de ativos.

Algumas startups estão surgindo com intuito de facilitar a emissão de títulos atrelados a atividade agrícola, fazendo a ligação entre produtores rurais e o mercado. A Campo Capital P2P é um exemplo disso, ligando investidores com aportes a partir de R$ 5 mil para produtores que necessitam de crédito, emitindo títulos como CPRs (Cédula de Produtor Rural). Essas plataformas são importantes para facilitar o acesso ao crédito, e, inclusive, a emissão de títulos como CPRs podem integrar novos Fiagros, podendo gerar um ciclo virtuoso de geração de crédito e investimentos, beneficiando o produtor no final da cadeia.

Para mais informações sobre o Campo Capital P2P entre no site deles: https://campocapital.com.br/

Link matéria Anbima

Link matéria AgFeed


KINEA FAZ OFERTA PÚBLICA DE FIAGRO PRETENDENDO CAPTAR R$ 1 BILHÃO E BUSCAR CRAS DOLARIZADOS

Não satisfeita com o KNCA11, maior Fiagro listado na B3, a gestora Kinea Investimentos buscará no mercado R$ 1 bilhão para trazer o primeiro Fiagro do país atrelado à moeda americana. O KDOL11, pretende contar com CRAs dolarizados no portfólio do fundo, sendo exposto à moeda americana e podendo ser utilizado como investimento e reserva, buscando operações grandes e pagamento de dividendos mensais isentos de imposto de renda, se enquadrando na tributação do Fiagro.

A carteira do fundo será composta por empresas consolidadas do agronegócio, sendo de um grau elevado de profissionalização, podendo também alcançar grandes produtores rurais. O ponto em comum acaba sendo abarcar empresários que já estão habituados com o dólar, já se financiam ou operam através da moeda americana.

Link matéria AgFeed


RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA ELISA AGRO SUSTENTÁVEL PODE AFETAR FIAGRO COM MAIS DE 7 MIL COTISTAS

A Empresa Elisa Agro Sustentável, pertencente aos controladores da incorporadora MITRE (MTRE3), conta com problemas financeiros e após algumas tentativas de ajustes sem sucesso, como a venda de 10% da incorporadora, entraram no dia 06 de fevereiro com o pedido de recuperação judicial.

Ocorre que Elisa Agro Sustentável compõe a carteira do Fiagro Galapagos Recebíveis do Agronegócio (GCRA11), um massivo Fiagro listado na B3, com mais de 7000 cotistas (sete mil). O fundo investe em CRAs e cerca de 8% do seu patrimônio líquido está alocado em Certificados de Recebíveis do Agronegócio devidos pela empresa.

A securitizadora que opera os títulos de CRA, de acordo com o fundo, não são “sujeitos” na lista de credores, não entrando no processo de recuperação judicial, mas ainda sim, a ação deve levar ao vencimento antecipado dos CRAs. Mesmo assim, o Fiagro ressalta que os títulos tem garantia reais, como terras e outros bens. Mesmo assim, o mercado reagiu com queda nas cotas do Fiagro, chegando a -3,65%.

Link matéria Seu Dinheiro


BIGTRADE LANÇA FIAGRO MIRANDO EM NOVA CAPTAÇÃO ATÉ O FINAL DE 2024

A fintech Bigtrade S.A. estreiou no mercado de capitais logo no início de 2024, com o novo fundo Fiagro em que os recursos serão destinados ao financiamento de produtores de café, planejando uma segunda emissão até o final do ano.

Não satisfeita com a captação de R$ 20 milhões em 2023, em rodada de tipo Seed, a Bigtrade S.A., com apetite para captar recursos, bateu o tradicional martelo na B3, agora com o CAFE11. A captação anterior, em 2023, foi destinada a montar equipe. Já a séria A será destinada a estruturação de uma nova captação.

A fintech carregou consigo grandes nomes para ambas as captações. Na rodada tipo Seed, o Grupo Montesanto Tavares que possui uma das maiores tradings de café, enquanto no Fiagro, a Suno Asset Management, estruturou o fundo e participará em 20%, ficando com as cotas Mezanino do fundo.

A ideia da fintech é oferecer crédito a, pelo menos, 100 cafeicultores, com R$ 50 milhões no fundo, com um ticket médio de R$ 500.000 por produtor rural.

Link matéria AgFeed


QUEBRA DE SAFRA: CAPITAL DO AGRONEGÓCIO NO MATO GROSSO VIVE SOBRE INCERTEZAS DIANTE DE UM CENÁRIO DESAFIADOR

Muitas cidades no Brasil enxergaram crescimento atrelados à atividade agropecuária na região. Muitas cidades contaram com esse crescimento ao longo do tempo, e, nos últimos 20 anos, a região dos arredores da rodovia BR-163 viveram uma explosão de crescimento, tendo cidades como Sinop, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde e Sorriso, como novos polos do agronegócio, em que novas redes de comércio, hospitais e infraestrutura chegaram nessas cidades.

A cidade de Sorriso, conhecida por ser a maior produtora de soja do mundo e o maior produtor de milho do Brasil, enfrenta um momento de incertezas. Tendo cerca de 60% de risco de quebra de safra.

O elevado risco se deu por conta de fatores climáticos, afetando o calendário de plantio na região, e, consequentemente a produção da safra 23/24 e afetará o início do plantio da 2ª safra, sendo a safra mais difícil dos últimos 40 anos. Com isso a cidade enfrenta incertezas quanto ao desenvolvimento econômico local. Mesmo que acredite ser uma movimentação temporária, os prejuízos no campo e a dificuldade de honrar créditos adquiridos nos bancos, cooperativas e mercado financeiro, acabam afetando o bolso do produtor e seu apetite em compras nos demais setores, podendo impactar negativamente a economia local.

Link matéria AgFeed


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