Coleta de Dados na Agropecuária - Informação como Insumo para uma Safra de Sucesso

A tecnologia transformou os negócios. Com a digitalização, grande parte das operações passou a ser realizada de forma online, automatizada e o registro destas interações gera uma infinidade de dados, inputs valiosos para a tomada de decisão. “Dados são o novo petróleo”, diz a metáfora do matemático britânico Clive Humby.

Segundo o IDC, empresa de inteligência de mercado e consultoria em serviços estratégicos, geramos diariamente cerca de 2,5 quintilhões de dados. Esta gigantesca quantidade é o que chamamos de “big data” e atribuímos a tecnologia que permite sua existência à uma das inovações da “Indústria 4.0”, ou “Quarta Revolução Industrial”. Este conceito foi criado em 2016 por Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial e refere-se à quarta fase da revolução industrial, a qual foi iniciada pela máquina de vapor de James Watt em 1769.

O termo indústria não limita-se ao setor econômico. No agronegócio, também há uma infinidade de dados sendo gerados da fazenda ao prato e uma das grandes transformações para o setor foi a “digitalização dentro da porteira”. Isso porque a tomada de decisão nas fazendas foi por muitos anos realizada sem informações precisas e em um ambiente de inúmeras variáveis exógenas. Ora, se em um talhão o desenvolvimento de um cultivar não é homogêneo por causa de pragas, doenças, clima, solo, entre outros fatores, o que dirá em uma região, ou país.

É neste campo heterogêneo e incerto que surge a “agricultura de precisão”:

A agricultura de precisão é uma filosofia de gerenciamento agrícola que parte de informações exatas, precisas e se completa com decisões exatas. Agricultura de precisão, também chamada de AP, é uma maneira de gerir um campo produtivo metro a metro, levando em conta o fato de que cada pedaço da fazenda tem propriedades diferentes (ROZA, 2000).

Estima-se que o mercado global de soluções de agricultura de precisão cresceu de 3,1 bilhões de euros em 2022, e irá atingir cerca de 5,2 bilhões de euros em 2027, com uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 11,4%, segundo novo relatório de pesquisa da empresa de análise de IoT Berg Insight.

E, se com menos informação disponível a produtividade da agropecuária brasileira aumentou 400% entre 1975, segundo dados do Institute for Applied Economic Research (Ipea), há um enorme potencial de crescimento com a precisão de dados, também necessária para a resiliência climática em um cenário cada vez mais desafiador.

Para a tomada de decisão precisa por meio de informações baseadas em dados, o primeiro passo é a coleta. Atualmente, há algumas formas de coletar dados nas fazendas, entre as principais:

  • Dispositivos providos de IoT (Internet of Things, traduzido como Internet das Coisas): equipamentos embarcados de sensores e conectados à Internet que coletam e transmitem dados. Segundo um estudo da Berg Insight, o número de dispositivos wireless (sem fio) utilizados na produção agrícola atingiu 25,2 milhões em 2022. Como exemplos, podemos citar esde um brinco RFID para controle de rebanhos, drones, estações agrometeorológicas, sensores de solo, sistemas de câmeras inteligentes, dispositivos instalados em máquinas agrícolas, até sensores introduzidos no rúmen de vacas leiteiras para monitoramento da saúde animal.
  • Satélite:as imagens geradas por satélites, tecnicamente chamadas de dados geoespaciais, fornecem não só um mapeamento das fazendas, mas também mapas de fertilidade, relevo, produtividade e diversas informações de zonas de manejo, como índices de vegetação.  Entre os benefícios, destaca-se o monitoramento de grandes áreas e histórico dos talhões, auxiliando na tomada de decisões e podendo ser utilizado também para auditar seguros, financiamento agrícola e certificações.
  • Softwares e aplicativos: seja de forma manual (ex. técnicos agropecuários e funcionários na fazenda) ou automatizada, é possível coletar e registrar informações de toda a operação em softwares que auxiliam na gestão das fazendas. Cada vez mais, a antiga “caderneta” tem sido substituída por aplicativos simples, plataformas online e até robustos sistemas de gerenciamento, como o ERP ( planejamento de recursos empresariais.

Com mais animais, maquinários e talhões conectados e consequentemente dados coletados, é também crescente a necessidade de maior armazenamento de nuvem, assim como análises mais robustas. O dado é como um fertilizante que, sozinho, não garante uma boa safra. É o conjunto de inteligência dos dados que o transformam na tomada de decisão otimizada e precisa que muda o jogo e potencializa uma safra.

É por este motivo que 48% dos CIOs afirmam que já implantaram ou planejam implantar tecnologias de Inteligência Artificial (IA) no próximo ano, segundo uma pesquisa de executivos de tecnologia e CIOs apresentada pelo Gartnerem outubro passado. No agronegócio não será diferente.

Dados da 27ª edição da Global CEO Survey da PwC, que ouviu líderes do agronegócio em mais de 100 países, constatou que 69% dos CEOs consideram que as mudanças tecnológicas constituem um fator que impactará “muito” ou “extremamente” o setor nos próximos três anos. E para 71% deles, a utilização desta tecnologia vai aumentar a eficiência de trabalho.

Mas como a IA proporciona muitos livros e desdobramentos junto às demais tecnologias emergentes, vamos explorar com profundidade e em partes nas futuras newsletters. Por hora, vamos com as principais e mais recentes notícias relacionadas à coleta de dados no agronegócio.

O GIGANTISMO DO AGRONEGÓCIO E SEU PROTAGONISMO EM TECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE

Nos últimos três anos, a cadeia do agronegócio no Brasil tem representado cerca de 25% do PIB nacional, com a agricultura correspondendo a 18%, e a pecuária, 7%. Na balança comercial de 2023, o setor alcançou um superávit de US$ 148,6 bilhões, um crescimento de 4,9% em relação a 2022.

Impulsionando ainda mais o gigantismo do setor, novas perspectivas de crescimento se abrem com desenvolvimentos inovadores em tecnologia e o fortalecimento da agenda de sustentabilidade, temas que atraem cada vez mais investimentos estruturantes, elevando o protagonismo do agronegócio na economia.

Por Edson Kawabata

Link matéria Money Times


MAIS DE 95% DOS PRODUTORES RURAIS UTILIZAM ALGUM TIPO DE TECNOLOGIA DIGITAL, DIZ PESQUISA

Um amplo estudo sobre a difusão da agricultura digital no Brasil, realizado pela pesquisadora Maira de Souza Regis, da Universidade de Brasília (UnB), concluiu que a adoção de tecnologias digitais é um caminho sem volta para o setor rural, pois, além de agregar valor à produção, proporciona mais sustentabilidade ambiental, social e econômica aos sistemas agrícolas. Conforme a pesquisadora, os produtores acreditam que a agricultura digital favorece a sustentabilidade, além de reduzir os riscos inerentes à produção agrícola, principalmente os riscos climáticos.

Segundo o estudo, os produtores rurais, em grande maioria, são propícios a adquirir máquinas e equipamentos com toda a tecnologia embarcada, uma vez que grande parte já utiliza programas de controle de fluxo de caixa mensal e parte utiliza drones para gerar mapas de vegetação. O uso de softwares e aplicativos para gestão de propriedades é maior no Centro-Oeste, onde é adotado por 80% dos produtores.

Link matéria Estadão


DO SOLO AO SATÉLITE: CINCO MANEIRAS PELAS QUAIS A IOT IMPACTARÁ A AGRICULTURA MODERNA

A tecnologia agrícola é um setor cada vez mais importante que se desenvolve por meio de outras tantas tecnologias. Os números mostram que a importância da IoT está em constante crescimento, atingindo US$544,38 bilhões em 2022. Especialistas sugerem que se pode esperar um novo aumento no crescimento desse mercado, para US$2,227 trilhões até 2028, a uma taxa de crescimento anual de 12,57%. Na agricultura e pecuária, as tendências atuais mostram que o tamanho do mercado de IoT pode crescer de US$11,4 bilhões em 2021 para US$18,1 bilhões em 2026. O papel da IoT no futuro da agricultura moderna é um espaço aberto e em construção.

Link matéria Forbes


O MERCADO DA AGRICULTURA DE PRECISÃO ATINGIRÁ 5,2 BILHÕES DE EUROS EM TODO O MUNDO EM 2027

De acordo com um novo relatório de pesquisa da empresa de análise de IoT Berg Insight, prevê-se que o mercado global de soluções de agricultura de precisão cresça de 3,1 bilhões de euros em 2022, a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 11,4 por cento, para atingir cerca de 5,2 bilhões de euros em 2027.

Link matéria GEO


CEOS DE AGRO DO BRASIL ACREDITAM NO AUMENTO DA EFICIÊNCIA DE TRABALHO COM O USO DA IA GENERATIVA

Os dados estão na 27ª edição da pesquisa CEO Survey, que ouviu líderes do setor em mais de 100 países.

“Nota-se na pesquisa que inteligência artificial e mudanças climáticas já pautam a agenda do setor e vão continuar pautando em um futuro próximo”, avalia Maurício Moraes, sócio da PwC Brasil e líder para o setor de agribusiness. A atenção a essas megatendências dialoga com o fato de quase um terço dos CEOs do setor (31%) acreditarem que seus negócios não serão economicamente viáveis por mais de 10 anos, em comparação com 23% no ano passado, mantido o rumo atual de suas empresas.

Link matéria PwC


AGORA, UM CONVITE PARA VOCÊ

Já se imaginou fazendo parte do universo das Agtechs? Com muita informação, novidades, eventos, network e muitas outras oportunidades.

Agora você pode, siga o link e saiba mais:

https://airtable.com/apptrfMhcNcnGABWS/shrfhQlqtzxjH0QBk

Faça parte também da nossa comunidade no Whatsapp:

https://chat.whatsapp.com/KxfdyyUlQvW25pWTjsoX1Q

Até semana que vem!


Agradecimento especial para AgroIbmec por ajudar a construir a matéria desta semana.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *