Ciência da Semente ao Prato: Melhoramento Genético Impulsionando a Produtividade

O melhoramento genético é um conjunto de técnicas e práticas utilizadas para modificar geneticamente plantas e animais, com o objetivo de aprimorar características desejáveis. Este processo pode ser realizado por meio de métodos tradicionais de seleção e cruzamento seletivo, ou por por meio de técnicas mais avançadas, como a engenharia genética, que permite a manipulação direta do material genético dos organismos.

Assim como Darwin fez experimentos cruciais com ervilhas para entender os princípios da hereditariedade, cientistas e agricultores brasileiros aplicam métodos avançados para aprimorar as características desejáveis nas plantas e animais, como seleção genética, cisgênese, silenciamento gênico e edição gênica.

Nos grãos, uma das principais técnicas é a criação de plantas transgênicas. Estas variedades não apenas aumentam a produtividade, mas também oferecem resistência a pragas, doenças e variações climáticas, reduzindo assim a necessidade de defensivos agrícolas. Isso não apenas torna a produção mais sustentável, mas também contribui para a segurança alimentar, garantindo uma oferta mais consistente e de qualidade.

Transgênico é sinônimo de organismo geneticamente modificado (OGM) e, segundo a Embrapa, “a transgenia nada mais é do que uma evolução do melhoramento genético convencional, já que permite transferir características de interesse agronômico entre espécies diferentes. Isso quer dizer que essa tecnologia permite aos cientistas isolarem genes de microrganismos, por exemplo, e transferi-los para plantas, com o objetivo de torná-las resistentes a doenças ou mais nutritivas, entre outras inúmeras aplicações”.

O primeiro produto alimentar geneticamente modificado no mundo foi um tomate com maior durabilidade criado na Califórnia em 1994. Três décadas depois, os Estados Unidos continuam liderando a produção e o Brasil ocupa a segunda posição, com mais de 80% do milho e 90% da soja sendo produzidos a partir de OGMs.

(Foto: Richard Drury (Getty Images) | Ilustração: Laura Luduvig/Veja Saúde)

Já sob a óptica da pecuária, o melhoramento genético visa, por meio da seleção e acasalamento, promover combinações genéticas favoráveis no rebanho, identificando os melhores touros e matrizes que serão os pais da próxima geração. E desempenha um papel crucial na criação de animais mais saudáveis, resistentes a doenças e com uma eficiência reprodutiva melhorada.

Por este motivo, a técnica tem sido mais adotada no Brasil. Segundo Nelson Ziehlsdorff, Presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA) “a Inseminação Artificial cresceu 67% nos últimos quatro anos no Brasil. Ou seja, aumento de 9,3 milhões de doses comercializadas. Este é um resultado satisfatório, que demonstra o investimento em melhoramento genético na pecuária brasileira”.

E o melhoramento não só eleva a qualidade dos produtos de origem animal, mas também aumenta a rentabilidade para os criadores. “São vários os benefícios, por exemplo, a melhora da qualidade da carne, aumento do ganho de peso e redução nos custos. A técnica é importante até mesmo para a sustentabilidade, já que permite um maior rendimento em um menor espaço”, conta Mônica Marchett em entrevista para a EXAME.

Ao enfrentar desafios ambientais e econômicos com inovação, o país está assegurando sua posição como um dos principais fornecedores de alimentos do mundo, promovendo o crescimento econômico e a segurança alimentar tanto a nível nacional quanto global. E as startups vêm para acelerar o desenvolvimento e adoção de tecnologias.

Na edição de hoje, destacamos a Santa Soja, Inedita Bio e IVGTech:

SANTA SOJA: MELHORAMENTO GENÉTICO DE SOJA CONVENCIONAL GERA NOVAS VARIEDADES

A startup Santa Soja, associada à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ/USP e à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal da Universidade Estadual Paulista (Unesp), destaca-se no desenvolvimento de novas cultivares de soja convencional, impulsionada pelo crescente interesse por soja não transgênica no Brasil.

Apoiada pelo programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP, a empresa utiliza ferramentas moleculares e estatísticas para acelerar o processo de melhoramento genético, visando oferecer opções com alto valor agregado aos produtores. Além de características agronômicas, como maior teor de ácido oléico no óleo de soja e maior tolerância a pragas e doenças, a startup busca atender às demandas do mercado por produtos mais sustentáveis. A Santa Soja também planeja expandir sua atuação para outras culturas, como feijão-fava, grão-de-bico e amendoim, visando contribuir para a diversificação e fortalecimento da agricultura brasileira.

Leia mais em: https://planetacampo.com.br/agricultura/melhoramento-genetico-de-soja/


INEDITA BIO EDITA OS GENES DA SOJA DO FUTURO

O negócio da InEdita Bio é a edição genômica, um conceito que não chega a ser uma novidade por completo, mas que começa a conquistar espaço no agronegócio brasileiro. A tecnologia da InEditaBio é diferente da transgenia, que envolve o uso de genes de outra espécie.

Com os resultados vindos dos primeiros testes, a startup passa para a fase de comercialização. Os potenciais clientes são empresas que desenvolvem sementes de soja. O modelo de negócios envolve licenciamento da tecnologia e cobrança de royalties. A startup também está negociando o licenciamento das patentes que já possui – são duas, ambas depositadas nos Estados Unidos – para interessados que queiram utilizar essa tecnologia para desenvolver seus próprios produtos.

Leia mais em: https://capitalreset.uol.com.br/empresas/startups/a-inedita-bio-edita-os-genes-da-soja-do-futuro/


IVGTECH – TECNOLOGIA PERMITE A MULTIPLICAÇÃO IN VITRO DE MUDAS DE ÁRVORES NATIVAS

A startup de biotecnologia IVGTech está desenvolvendo tecnologias de multiplicação in vitro e clonagem de mudas nativas como jacarandá, jequitibá rosa, ipê roxo, jatobá e guaritá. O laboratório e a estufa matriz foram construídos com o investimento de R$1 milhão. A IVGTech estima que o país terá de aumentar em cinco vezes a capacidade atual de produção de mudas nativas para dar conta de reflorestar 10 milhões de hectares até 2030, conforme proposto no Acordo de Paris.

Atualmente a produção da IVGTech é de 40 mil plantas por ano, e deve chegar a 100 mil ao ano até o fim de 2024. Para isso, a empresa está de mudança da ESALQTec – Incubadora Tecnológica da Esalq/USP, para um espaço maior no Parque Tecnológico de Piracicaba, no interior paulista.


CENTRO DE TECNOLOGIA CANAVIEIRA (CTCA3) REGISTRA ALTA DE 23,6% NO LUCRO

O CTC – Centro de Tecnologia Canavieira, líder em soluções de melhoramento genético para o setor de cana-de-açúcar no Brasil e um dos mais renomados centros de biotecnologia aplicada à cana do mundo, registrou lucro líquido de R$ 41,4 milhões no terceiro trimestre da safra 2023/24, que corresponde aos meses de outubro, novembro e dezembro de 2023, aumento de 23,6% em comparação com o mesmo período da safra anterior (R$ 33,46 milhões). O caixa líquido alcançou R$510,5 milhões, aumento de 19,4% na comparação com o mesmo período da safra 2022/23.

Leia mais em: https://einvestidor.estadao.com.br/ultimas/biotecnologia-cana-ctc-ctca3-lucro/


MELHORAMENTO GENÉTICO GERA VALOR E COMPETITIVIDADE À PECUÁRIA NACIONAL

À frente do Grupo Agropecuária Mônica, a empresária Mônica Marchett descobriu que ciência e agropecuária podem e devem andar juntas e, desde então, vem investindo nos cruzamentos do gado Nelore para aprimorar a genética dos animais e tornar o produto final mais rico e nutritivo. Ela destaca que tanto no Brasil quanto na Bolívia, países nos quais têm fazendas, o grupo vem investindo na evolução da genética do rebanho, especificamente do Nelore. “Disseminamos, por meio da seleção de animais superiores, as características de interesse, sejam elas ganho de peso, precocidade para corte ou fertilidade, entre outras.”

Leia mais em: https://exame.com/negocios/melhoramento-genetico-valor-pecuaria-nacional/


RURAL SUMMIT COLOCA AGTECHS E INVESTIDORES FRENTE A FRENTE

As inscrições para a segunda edição de 2024 do Rural Summit estão abertas! Organizado por Arara Seed, Rural Ventures e The Yield Lab LATAM, o evento acontece dia 2 de maio, em Ribeirão Preto, SP, contando com parceiros como Cubo.network Agro, São Martinho, os principais hubs do país e a cobertura oficial AgFeed.

Prepare-se para muitas oportunidades de conexão com os avanços tecnológicos que estão transformando o mundo agro!


Agradecimento especial para AgroIbmec por ajudar a construir a matéria desta semana.


E MAIS UM CONVITE PARA VOCÊ

Já se imaginou fazendo parte do universo das Agtechs? Com muita informação, novidades, eventos, network e muitas outras oportunidades.

Agora você pode, siga o link e saiba mais:

https://airtable.com/apptrfMhcNcnGABWS/shrfhQlqtzxjH0QBk

Faça parte também da nossa comunidade no Whatsapp:

https://chat.whatsapp.com/KxfdyyUlQvW25pWTjsoX1Q

Até semana que vem!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *