Crédito no Agronegócio – do Conceito ao Produtor
Antes de começar, você já conferiu o nosso novo Rural Insights Report Clima e Agronegócio: Tecnologias para a Resiliência Climática? Uma leitura imperdível com informações e entrevistas sobre o tema.
E, na edição de hoje, apresentamos como tema um insumo de grande relevância para o agronegócio. Não digo sobre fertilizantes, defensivos, mas sobre um recurso financeiro que também promove o desenvolvimento de lavouras e animais de Norte a Sul do país, para grandes, médios e pequenos produtores: o crédito rural.
Do latim, crédito tem sua raiz etimológica em “creditum”, -i, empréstimo, confiança, confiar, ter fé. O crédito financeiro é uma fonte de recursos, oferecida por bancos, instituições de pagamento, cooperativas, startups, entre outros, que proporciona a uma pessoa ou organização um complemento financeiro para adquirir algo. O valor dos recursos fornecidos como crédito é compensado posteriormente pelo pagamento de juros, refletindo a confiança que o credor (quem concedeu o crédito) teve no devedor (quem recebeu o crédito). Mais do que confiança, os produtores precisam oferecer garantias de crédito, que servem para diminuir o risco no momento de captação de recursos.
O crédito rural é uma modalidade de financiamento específica destinada ao setor agropecuário, que tem como objetivo proporcionar os recursos necessários para o desenvolvimento das atividades agropecuárias, sendo essencial para garantir a produção das propriedades rurais e para o investimento em tecnologias para o aumento de produtividade. Segundo o Boletim Agro do Serasa Experian, o montante de crédito rural concedido a produtores no Brasil atingiu a marca de R$ 224 bilhões em 2023, um crescimento de 6,6% em 2023, comparado com o ano anterior.
O crédito rural pode ser utilizado para várias finalidades, dividindo-se em diferentes categorias. Dentre as quais, as principais são:
- Crédito Rural:
Custeio Agrícola e Pecuário: Financiamento de despesas relacionadas à produção, como aquisição de insumos (sementes, fertilizantes, defensivos) e manutenção dos rebanhos (ração, medicamentos).
Investimento: Recursos destinados à compra de máquinas e equipamentos, implantação de sistemas de irrigação, construção de instalações, entre outros.
Comercialização: Crédito para apoiar a comercialização dos produtos agrícolas, ajudando os produtores a armazenar e vender suas safras em condições mais favoráveis.
- Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar):
Crédito específico para agricultores familiares, oferecendo condições mais vantajosas, como taxas de juros reduzidas e prazos de pagamento estendidos.
- Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural):
Voltado para médios produtores rurais, oferecendo condições especiais para financiamento de custeio e investimento.
- Financiamento Bancário – linhas de Crédito Especializadas:
Bancos comerciais oferecem diversas linhas de crédito específicas para o agronegócio, com prazos e taxas ajustados às características do setor.
- CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e CPRs (Cédulas de Produto Rural):
Os CRAs são títulos emitidos por empresas do agronegócio que buscam captar recursos junto aos investidores, oferecendo uma forma alternativa de financiamento. Já as CPRs são instrumentos de crédito que permitem ao produtor rural obter recursos financeiros em troca de comprometer a entrega futura de sua produção agrícola.
Ao analisar por região, o Nordeste lidera a quantidade de contratos com menor valor médio, e o Centro-Sul o valor total contratado de crédito rural, segundo dados do Banco Central.
Por porte de propriedade, os pequenos proprietários lideraram a quantidade de contratos em 2023, segundo dados do Serasa Experian, refletido a distribuição da população agropecuária em relação ao porte.
E no mais recente episódio do podcast Rural Talks, tivemos o prazer de conversar com Felipe d´Avila, fundador e CEO da AgroForte Digital, uma startup inovadora que está revolucionando o acesso ao crédito para pequenos e médios produtores rurais. Felipe compartilhou a trajetória da empresa e destacou seu objetivo central: resolver o maior desafio da cadeia produtiva no setor agropecuário – o acesso ao crédito.
Atualmente, a Agroforte opera nos setores de avicultura e laticínios, com uma presença equilibrada de 50% em cada setor, e está expandindo sua atuação para o mercado de gado de corte. A startup já está presente em 12 estados brasileiros, com um ticket médio de crédito de 80 mil reais. A linha de crédito mais utilizada é a de investimento, focada na criação de valor através da adequação de curral e melhoria das tecnologias para aumentar a eficiência.
Rural Talks #113 Agroforte: Facilitando o Crédito para o Futuro do Agro
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Startups:
Para a edição de hoje, além da Agroforte destacamos 2 startups: TerraMagna e Creditares:
TerraMagna deve conceder mais de R$2 bilhões em crédito em 2024 para o agronegócio
A TerraMagna possui uma estrutura tecnológica proprietária de última geração para levar o insumo mais importante do setor: o crédito. Para termos uma ideia da representatividade da empresa, nos últimos três anos (2021, 2022 e 2023) foram concedidos R$3,3 bilhões em crédito para o agronegócio. Sendo, apenas em 2023, R$1,5 bilhão, quando a empresa atingiu uma receita de R$ 110 milhões (aumento de aproximadamente 280% em relação ao ano anterior).
Para 2024, a estimativa é que a TerraMagna conceda mais de R$2 bilhões em crédito, além de alcançar receita de R$150 milhões e carteira de R$1,5 bilhão.
Saiba mais em: https://revistacampoenegocios.com.br/terramagna-deve-conceder-mais-de-r2-bilhoes-em-credito-em-2024-para-o-agronegocio/
Site TerraMagna: https://terramagna.com.br/
Creditares – Agtech de crédito rural mira R$ 1 bi em novos financiamentos
Com um histórico de aprovação de R$ 420 milhões em financiamentos rurais nesse período, a agtech Creditares quer expandir o uso da sua plataforma de captura de dados de produtores rurais, análise de risco de crédito e monitoramento das operações financeiras.
A ideia é que a tecnologia, chamada “Agro Open Bank”, seja usada diretamente por bancos, revendas de insumos e empresas do setor, o que deverá gerar um salto nos volumes aprovados em novos financiamentos para até R$1 bilhão já em 2024. A meta é chegar a R$5 bilhões em 2026.
“Nosso objetivo é atender cada vez mais os clientes no modelo empresa para empresa [B2B], para fazer a conexão entre produtores e financiadores ocorrer dentro desse ecossistema”, afirmou José Octávio Vicenzotto Corral, CEO da Creditares.
Saiba mais em: https://globorural.globo.com/negocios/noticia/2024/01/agtech-de-credito-rural-mira-r-1-bi-em-novos-financiamentos.ghtml
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Notícias relacionadas:
Crédito Rural: temporada de acomodação
O cenário do crédito rural para o ano-safra 2024/2025 tende a ser de “acomodação”, “arrumação”, “volta à normalidade”, ante a queda de 2,99% do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio calculada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz, sem mencionar a tragédia do dilúvio no Rio Grande do Sul, ainda mal dimensionada.
“Vivemos uma bonança durante a pandemia, que trouxe uma anormalidade positiva, por assim dizer; as margens melhoraram bastante e, sempre quando melhoram as margens, os preços acompanham”, descreve o diretor de agronegócio do Bradesco , Robert França.
Saiba mais em: https://valor.globo.com/publicacoes/especiais/revista-agronegocio/noticia/2024/07/30/credito-rural-temporada-de-acomodacao.ghtml
Ministro sinaliza nova prorrogação de dívidas de produtores rurais do RS
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, sinalizou a representantes do setor produtivo gaúcho no dia 30/07 que, se necessário, o governo federal poderá alongar o período de suspensão da cobrança das parcelas de crédito rural no Estado. Pela regra atual, as prestações dos financiamentos com vencimento entre maio e 14 de agosto foram jogadas para 15 de agosto, segundo resolução aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Cerca de R$11,9 bilhões em parcelas estão com as cobranças suspensas, com custo total estimado em R$95 milhões para o Tesouro Nacional.
E-agro, do Bradesco, acelera “primeiro Plano Safra” para crescer 70% ainda este ano
Depois de ter fechado o primeiro semestre do ano com a marca de R$ 1 bilhão em créditos concedidos desde o seu lançamento, em maio de 2023 em sua carteira, o E-agro começou a segunda metade do ano em alta velocidade, o que permite a Nadege Saad, Head da E-agro, a fazer previsões ousadas.
“A gente quer crescer bastante. Não divulgamos exatamente um número, mas a expectativa é que tenhamos pelo menos 70% a mais do tamanho que a gente tem hoje até dezembro”, diz ela ao AgFeed.
Saiba mais em: https://agfeed.com.br/agtech/e-agro-do-bradesco-acelera-primeiro-plano-safra-para-crescer-70-ainda-este-ano/
NOVO RURAL INSIGHTS REPORT:
Confira o Rural Insights Report – Clima e Agronegócio: Tecnologias para a Resiliência Climática
Uma leitura indispensável para compreender como as climate techs estão melhorando o acesso a dados e trazendo maior transparência às práticas sustentáveis.
Entrevistas exclusivas com Caio Souza, meteorologista e Head de Agronegócio da Climatempo, e Caio Penido, presidente do Instituto Mato-Grossense da Carne – IMAC e produtor rural, trazem insights valiosos sobre resiliência climática e sustentabilidade.
Destacamos também 3 empresas que têm soluções tecnológicas para a resiliência climática, como a METOS® Brasil, umgrauemeio e SALVA.
Acesse o report completo e fique por dentro das tendências que moldam o futuro do agro: https://conteudo.ruralventures.com.br/report-clima
DOAÇÃO HOSPITAL DO CÂNCER
O projeto “O AGRO CONTRA O CÂNCER” que visa arrecadar doações em todos os setores do AGRONEGÓCIO BRASILEIRO.
A parceria firmada entre o Hospital de Amor e a empresa Rural Ventures tem a finalidade de divulgar o Hospital de Amor em seus canais de conteúdo e ajudar nas arrecadações.
Contribua por meio do link: https://conteudo.ruralventures.com.br/hospital-amor
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